Tempo em Setúbal

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Visitas Noturnas - Gil Vicente V O

A visita
1998
nanquim sobre papel
153 x 171 cm


é pesadelo de Goya
a desejada visita
Desde um abraço sonhado
desde meu calor epidérmico
deste teu forte rubor
Enfim!
vem o sono da razão
despertar-nos a carne
São dois o mesmo desejo,
é de ambos o mesmo sonho
ficando dentro de um quadro
A visita,
que se dorme sem querer,
querida,
detém-se na composição, estrutura
que então se perpetua e
fascina
pra não se concretizar.
Mas instalam-se na pele
minha excitada impressão digital
tua impressionada excitação genital
que se acabam
em águas mornas
quando nos acordamos
eu em minha cama
tu na tua
Nessa líquida fronteira
entre sono e vigília
percebemos, ainda quente,
pergunta perfumada no ar:
quem visitou quem?
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[a partir de “A Visita”, nanquim sobre papel de Gil Vicente, 1998]

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Biografia

GIL VICENTE Vasconcelos de Oliveira
Recife, 1958
Vive e trabalha em Recife

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Estuda na Escolinha de Arte do Recife (1972-77) e nos ateliês de extensão da Universidade Federal de Pernambuco (75-77). Em 1975 recebe o 1º Prêmio do Salão dos Novos, no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco. Participa da fundação da Oficina Guaianases de Gravura, em 1978. No mesmo ano, realiza sua primeira mostra individual em Recife, na Galeria Abelardo Rodrigues. Estuda em Paris como bolsista do Governo Francês (80-81).
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Recebe o Prêmio MEC/FUNARTE no Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, em 1981. Participa do Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM-SP, em 1984. Integra a equipe que idealiza e publica, em 1988, o jornal Edição de Arte. Viaja aos Estados Unidos, em 1989, a convite do Governo Americano. Participa do Atelier Coletivo, em Olinda, onde faz xilogravura sob a orientação de Gilvan Samico (89-93). Em 1996 é lançado o documentário Gil Vicente - Ofício e Silêncio, de Grima Grimaldi e Paulo Macedônia, durante sua mostra Figuras/Pinturas, na Galeria Futuro 25, no Recife.
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Sua exposição individual Desenhos é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1999, prosseguindo viajem de três anos por diversas instituições brasileiras como os museus de arte moderna da Bahia e do Recife e o MAC do Rio Grande do Sul. Inicia trabalho em fotografia, registrando pinturas e desenhos de rua, com o qual participa da III Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 2001. Participa da 25ª Bienal de São Paulo, em 2002, com grandes desenhos em nanquim que depois são expostos no MAMAM, em Recife. Integra o programa de residência de artistas Faxinal das Artes, no Paraná. Realiza a individual Alheio no Centro Cultural de São Francisco, João Pessoa, no NAC/UFRN, em Natal, no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, na Galeria Espaço Universitário, Vitória, e no Instituto de Arte Contemporânea, em Recife (2002/03).
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Em 2004, faz a individual Guaches recentes na Galeria Nara Roesler, em São Paulo, onde também participa da Paralela II, e integra, em Recife, a coletiva de abertura da Galeria Mariana Moura. Participa, em João Pessoa, da II Bienal do Desenho, no Espaço Cultural, e da mostra Narrativas - Desenho Contemporâneo Brasileiro, no Centro Cultural de São Francisco. Em 2005 faz parte das exposições Pornografias, na Galeria Carmem De La Guerra, em Madri, e Afinidades Eletivas, em Campinas. Em dezembro do mesmo ano, realiza a individual Inimigos na Galeria Mariana Moura, em Recife. Em 2006, mostra a série Inimigos na Casa da Ribeira, em Natal e participa da exposição Primeira pessoa, no Itaú Cultural, em São Paulo.
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Em 2007, faz intervenção de rua com cartazes da série Inimigos na Galeria Cilindro, em Campina Grande, e realiza a mostra individual Suíte safada na Galeria Nara Roesler, em São Paulo, onde também participa do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna. Este Panorama é exposto em 2008 na Sala Alcalá 31, em Madri, cidade onde também participa da mostra Brasil Arte Contemporânea, na Arco’08. Realiza a individual de pinturas Geometria adiada, na Galeria Mariana Moura, em Recife. Em 2009 participa da coletiva Nus, na Galeria Fortes Vilaça, em São Paulo, e expõe a série Inimigos no Atelier Subterrânea, em Porto Alegre.
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http://www.gilvicente.com.br/percurso/percurso_nota.html
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Ilusionismo Quadrilátero

ILUSIONISMO
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* Victor Nogueira .
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Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
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Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
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P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
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1991.08.11 - SETUBAL