Tempo em Setúbal

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O tempo na poesia de Ausenda Hilário


Sábado, 4 de Dezembro de 2010


espero as manhãs limpas




Como encontrar os teus lábios
Se é tão distante a palavra
Que os esconde
Sinto-os de saudade longa
Tragada …e sonho ficar perto.
Fluem pensamentos das horas
Que exaltámos fogos
E atenuámos rios
De tanto amor inundado.
Agora, neste silêncio escravo
Não és tu que encontro
E todos os dias findam…
E eu, no meu ensejo
Exulto as madrugadas
Para que sejam manhãs limpas
As que vierem contigo!
(tela de margusta loureiro)
 
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Domingo, 7 de Fevereiro de 2010


chamando o vento



Ama-me, sem que o meu silêncio te perturbe
Ouve-me no rastear do vento de palavras quentes
quando a minha voz te chama
Dá-me, jamais o que pedirei
enquanto for longe o render
da tua língua de fogo,
que me incendeia inteira
e donde teimosamente renasço...
e renasço!
Caminha sem o meu chão...
nas cinzas onde lentas,
morrem névoas amarguras
Colhe-me, em gomos de amor
antes que se decline
a firmeza do meu olhar!
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Sábado, 17 de Outubro de 2009


poema de sal


Nasço

na raiz translúcida,

na seiva e na sombra,

na folha branca de espuma

me desfaço...,

e na sal-gema

do choro e do grito,

no silêncio que inflama,

nessa alva cama...

faço-te poema!


(imagem:zea jara)

Sábado, 27 de Junho de 2009



Se tu inventasses

uma cor ou um sol

que se entranhasse

no âmago da escuridão

eu...por dentro de ti

seria o vento

se tu me soprasses!
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Sábado, 20 de Junho de 2009


Um tempo


Anseio-te colado a mim
no escorrer da seiva
das tuas melosas pétalas
navegantes

Querer-te no corpo
e na agitação do cansaço
do tempo tardio
da hora ingrata

Viver a ventura
do nosso abraço
descalço, caminhando no beijo

anseio beber-te...

Sonho no arranque da tua alma
colocada dentro de mim

Quero pintar-te
no meu regaço e ...ter-te!
.



Sábado, 18 de Abril de 2009


serás...


Dou-te o mar
E com ele...
Dou-te o luar
E quando nascer a lua
Dou-te a maré
Do vento, nua
E assim serás
Num olhar…
Se fores capaz
O (a)mar…!



imagem:Mari Vilar
 
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1 comentário:

adelaide1956 disse...

vim deixar-te um carinho
desta vila e deste limdo rio
que pelas suas margens
guarda muitas das minhas maguas
se o ditado diz que agua tudu lava
lave meu curaçao de tudo
quanto me magoa
amanhan um novo dia
vai cumessar *querida amiga gostei muito doque vi no teu blog beijinhos

Ilusionismo Quadrilátero

ILUSIONISMO
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* Victor Nogueira .
.
Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
.
Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
.
P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
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1991.08.11 - SETUBAL