Tempo em Setúbal

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Abandono ou Fado de Peniche


David Mourão-Ferreira

Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.

Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Harold Pinter - Feliz Aniversário

Don't Panic

FELIZ ANIVERSÁRIO

Written by Don't Panic / 02 Jul 2012 / 0 Comentários
Feliz Aniversário | No Teatro da Politécnica | Don't Panic online Revista
FELIZ ANIVERSÁRIO de Harold Pinter
Tradução Artur Ramos e Jaime Salazar Sampaio Com Alexandra Viveiros, Américo Silva, Andreia Bento, António Simão, Rúben Gomes e Tiago Matias
Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves
Luz Pedro Domingos
Encenação Jorge Silva Melo
M12

No Teatro da Politécnica de 5 de Setembro a 27 de Outubro  e  às 19h00 |  e  às 21h00 | sáb às16h00 e às 21h00

"McCann Importa-se de se sentar?
Stanley Importo-me, sim.
McCann Pois é, mas é melhor sentar-se.
Stanley Porque é que não se senta você?
McCann Não sou eu, é você.
Stanley Não, obrigado.
"

- Harold Pinter, Feliz Aniversário

Voltamos a Harold Pinter, mestre, poeta, amigo. E voltamos ao princípio, à sua primeira peça longa, Feliz Aniversário, de 1957, a peça que o revelou - e que foi assim saudada por Harold Hobson: "Teatralmente, Feliz Aniversário é cativante. É espirituosa. As personagens são fascinantes. O enredo, que consiste em todo o tipo de arabescos verbais e explorações da memória e da imaginação, como se saísse por uma torneira, é de primeira qualidade. Toda a peça tem a atmosfera de terror delicioso, inatingível e de pôr os cabelos em pé que também possuem as melhores histórias do mundo. Pinter percebeu um dos factos mais básicos da existência humana: vivemos à beira do desastre." The Times, 1957

E voltamos com a tradução que foi feita em 1967, por dois outros amigos que a morte já levou, Artur Ramos e Jaime Salazar Sampaio.

HAROLD PINTER nasceu em 1930. Começou por ser actor (com o nome David Baron) e em 1957 escreveu a sua primeira peça, The Room. Autor fundamental do teatro contemporâneo, encenou e representou algumas das suas mais de trinta peças, que foram traduzidas e encenadas por todo o mundo. Escreveu também para rádio, televisão e cinema, onde é difícil esquecer a colaboração com Joseph Losey. Recebeu diversos prémios e distinções: recentemente, o título de Companion of Honour da Rainha e o Nobel da Literatura. Os Artistas Unidos realizaram um ciclo Harold Pinter durante as temporadas de 2001/2/3. Na ocasião, a editora Relógio d´Água publicou dois volumes com as peças mais importantes do autor. Morreu a 24 de Dezembro de 2008 em Londres.

http://www.dontpaniconline.com.pt/magazine/feliz-aniversrio

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Toni de Matos - Vendaval



Pedro MarquesPedro Marques



O vendaval passou, nada mais resta
A nau do meu amor tem outro rumo
Igual a tudo aquilo que não presta
O amor que me prendeu desfez-se em fumo

Navego agora em mar de calmaria
Ao sabor da maré em verdes águas
Ao leme, o esquecimento e a alegria
Vai deixando para trás as minha mágoas

P’ra onde vou, não sei
O que farei, sei lá
Só sei que me encontrei e que eu sou eu, enfim
E sei que ninguém mais rirá de mim

Junto da cais ficou a tua imagem
Mal a distingo, já desmaecida
Comigo a alegrar-me a viagem
Vão andorinhas de paz, de nova vida

Sigo tranquilo o rumo da esperança
Buscando aquela paz apetecida
Para ti um fui um lago de bonança
E tu o vendaval na minha vida

domingo, 11 de novembro de 2012

Amália - Fria Claridade



Américo PereiraAmérico Pereira·


Amália Rodrigues - Fria Claridade

No meio da claridade,
Daquele tão triste dia,
Grande, grande era a cidade,
E ninguém me conhecia!
Então passaram por mim
Dois olhos lindos, depois,
Julguei sonhar, vendo enfim,
Dois olhos, como há só dois?
Em todos os meus sentidos,
Tive presságios de Deus.
E aqueles olhos tão lindos
Afastaram-se dos meus!
Acordei, a claridade
Fez-se maior e mais fria.
Grande, grande era a cidade,
E ninguém me conhecia!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O QUE RESTA DO DIA de Judith Herzberg




o café dos loucos

Judith Herzberg


CAIXAS

Porque durante a guerra nos falavam sempre

de antes da guerra, de como eram
ingénuos, tenho agora o máximo cuidado,
ao deitar qualquer coisa fora, por exemplo,
uma caixa de papelão, peço a Deus
para que a caixa não volte nunca
a assaltar-me em forma de remorso;
lembras-te ainda como nós, despreocupados,
deitávamos fora caixas sem pensar!
Se tivéssemos guardado pelo menos uma,
se tivéssemos guardado pelo menos uma!


Judith Herzberg, in "o que resta do dia" cavalo de ferro, 2007



Judith Herzberg nasceu em 1934 em Amesterdão. É uma das vozes mais representativas da poesia contemporânea europeia, contando com inúmeros prémios e traduções em vários idiomas.
A vasta obra poética de Judith Herzberg é composta por títulos como: «Zeepost» (1963); «Beemdgras» (1968); «Vliegen» (1970); «Strijkliicht» (1971); «27 Liedesliedjes» (1971); «Botshol» (1981); «Dagrest» (1984), «Dat Engels geen au heef» (1985), «Zoals» (1992); «Doen en laten» (1994); «Wat zij wilde schilderen» (1996); «Bijvangst» (1999); «Staalkaart» (2000); «Weet je wat ik ooj nooit wet» (2003); «Soms vaak» (2004); «Zijtak» (2007).
Judith Herzberg tem também desde os anos 70 vindo a publicar peças de teatro, ensaios, argumentos cinematográficos, peças para a televisão e muitas traduções. Em Portugal, os Artistas Unidos foram responsáveis pela publicação de três das suas peças de teatro: «Os Casamentos de Lea», «A Fábrica de Nada», «Talvez Viajar».
***

Enterrado


As agulhas do calor e do ódio

espetadas na minha roupa emprestada
quando um dia de Verão temos de entregá-lo
por baixo de árvores experientes,
os açougueiros embuçados de negro
torsos embalsamados, costas recurvadas, 
que páram o cortejo
com um último 
passo rotineiro
enquanto os cangalheiros – oito longas patas 
de aranha com ele, 
o coração morto,
seguem colina acima, rangendo com os pés
no saibro 
exactos, solenes, impassíveis.
E nós ali de pé, meio desamparados, 
com a esperança em fuga desenfreada
e uma pressa incompreensível;
os últimos dez minutos
antes de uma amputação.

Entre eras glaciares


Cada um de nós tem a sua força de gravidade,

cada um de nós obrigado a desabar de 
pensamentos,
assim noto como é estranho
um avião projecta sombra 
reluzindo por um átimo ao sol
e nós deitados na relva 
entre margaridas 
a tapar os ouvidos por causa do barulho
e continuar depois a conversar como se o Agora
não fosse o último momento de uma fase.
Uma tarde para recordar, um ano para recordar.
a relva firme e viçosa, o sol escaldante
(a calote de gelo da Groenlândia ainda não 
derretida,
nós ainda não arrastados pelas águas) flores 
da infância
como estas com um cheiro muito antigo 
tão brancas, tão amargas e tão margaridas,
e um avião que não faz mal a ninguém.


Coragem


A noite deixou-me outra vez transtornada

lentamente a manhã se enche 
de palavras que eu sei de certeza
que significavam alguma coisa, mas o quê?
que ontem significavam alguma coisa.
Andar é balançar sobre os pés,
vejo na rua os seres de sangue quente 
que tiveram também a inexplicável coragem 
de se levantarem
em vez de ficarem deitados.
Nunca ninguém tem a certeza de nada,
de ser amado, de ser abandonado
tudo é possível e tudo é permitido
tudo sucede em alternância.
Agora me lembro o que queria dizer:
enquanto isso não trouxer infelicidade 
é uma sensação agradável. Mas no fundo
somos doces como Turkish Delight
numa lata cheia de pregos.


tradução 

ana maria carvalho lemmens

http://www.culturgest.pt/docs/judith_herzberg.pdf




O QUE RESTA DO DIA de Judith Herzberg
Tradução de Ana Maria Carvalho Lemmens
Edições Cavalo de Ferro


Sinopse
Judith Herzberg é um dos maiores poetas holandeses e uma das vozes mais representativas da poesia contemporânea europeia, contando com inúmeros prémios e traduções em vários idiomas. Os poemas desta edição, seleccionados pela própria autora, abrangem exclusivamente os primeiros vinte anos da sua vasta e importante carreira poética.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Harold Pinter - Uma Noite Fora

 osanoesoutraspecas_1

"Uma Noite Fora" (A Night Out) - 1960



OS ANÕES E OUTRAS PEÇAS de Harold Pinter
inclui: 
Uma Ligeira Dor, Uma Noite Fora, Os Anões, Escola Nocturna, Chá, A Cave
Traduções de Miguel  Castro Caldas, Joana Frazão e Pedro Marques
edições Quasi
www.quasi.com.pt

HAROLD PINTER      xxxxxxxxxxxxxx
harold_pinterNascido em 1930, Harold Pinter começou por ser actor (com o nome David Baron) e em 1957 escreveu a sua primeira peça, The Room. Autor fundamental do teatro contemporâneo, encenou e representou em algumas das suas mais de trinta peças, que foram traduzidas e encenadas por todo o mundo. Escreveu também para rádio, televisão e cinema, onde é difícil esquecer a colaboração com Joseph Losey. Recebeu já diversos prémios e distinções: recentemente, o título de Companion of Honour da Rainha. O seu site é o www.haroldpinter.org. Os Artistas Unidos realizaram um ciclo com a obra de Harold Pinter durante as temporadas de 2001/2/3. Na ocasião a editora Relógio d´Água publicou dois volumes com as peças mais importantes do autor.
Não sei resumir nenhuma das minhas peças. Não sei descrever nenhuma. Só sei dizer foi isto o que aconteceu, foi isto o que disseram, foi isto o que fizeram.
Harold Pinter
As personagens de Pinter exprimem exactamente aquilo que lhes vem à mente e muitas vezes emerge directamente do inconsciente. Pode acontecer que isso nada tenha a ver com a acção ou com o que acaba de dizer a outra personagem. Para dizer a verdade, não há diálogo.As personagens de Pinter só se revelam aos poucos e de uma maneira incompleta: esse é o trabalho do actor.
Mervyn Jones
"As suas palavras não dizem o que dizem, dizem mais. O enigma é muito interessante porque está bem perto da verdade da vida."
Claude Régy àcerca de Harold Pinter
"O teatro de Harold Pinter revela um universo singular, cómico e aterrador, feito de sub-entendidos, mal-entendidos ou puros equívocos. Nele observa-se, como se fosse ao microscópio, personagens que vegetam confusamente, de quem quase nada se sabe e que, de repente, explode num confronto em que as palavras são armas mortais. Estamos no reino do falso para se atingir uma verdade que é ainda mais falsa. As perguntas que se colocam não são aquelas que nos vêm à cabeça e a resposta, ou a recusa de responder limita-se a aumentar o abismo da incompreensão. O pudor torna-se violência, o sorriso ameaça, o desejo impotência, a vitória desfaz-se."
Eric Kahane
PeçasThe Room (1957)
The Birthday Party (1957) estreada em Lisboa em 1967 com o titulo Feliz Aniversário e tradução de Artur Ramos e Jaime Salazar Sampaio, encenação de Artur Ramos no Teatro Avenida (Companhia Amélia Rey Colaço / Robles Monteiro) com Sinde Filipe, Josefina Silva, Paiva Raposo, Hermínia Tojal;
The Dumb Waiter (1957) estreada em Lisboa em 1962 com o título O Monta Cargas com encenação de Jacinto Ramos e tradução Luis de Sttau Monteiro (na Guilherme Cossoul) com Carlos Néry e Filipe Ferrer. Estreada pelos Artistas Unidos a 24 de Outubro no Festival de Portalegre com o título O Serviço, em tradução de João Saboga e Pedro Marques, um trabalho de Vítor Correia e João Saboga.
A Slight Ache (1958) The Hothouse (1958) estreada em Lisboa em 2001 com o título Câmara Ardente com encenação de Graça Correia no Teatro Paulo Claro (Artcom) com António Rama, Elsa GalvãoAntónio Filipe, Pedro Matos, Carlos Aurélio e Gonçalo Portela.
The Caretaker (1959) estreada em Lisboa em 1967 com o título O Porteiro com tradução e encenação de Jorge Listopad (no Teatro Tivoli) cenofragia de João Vieira e com Augusto de Figueiredo, Jacinto Ramos e Henrique Viana. Os Artistas Unidos apresentam uma nova tradução de Francisco Frazão, O Encarregadoe estreiam o espectáculo na Culturgest com encenação de João Meireles e interpretação de Américo SilvaJorge Silva Melo e José Airosa.
A Night Out (1959)
Night School (1960)
The Dwarfs (1960)
The Collection (1961) estreada em Lisboa em 2002 com o título A Colecção com tradução de Pedro Marques, encenação de Artur Ramos, cenografia de José Manuel Castanheira e interpretação de Teresa SobralManuel WiborgJorge Andrade e Nuno Melo, uma produção Actores Produtores Associados / Artistas Unidos / Centro Cultural de Belém.
The Lover (1962) Foi estreada em Portugal em 1992 numa tradução, encenação e interpretação de Diogo Infante na Sala Experimental do Teatro da Trindade.
O AMANTE com tradução de Pedro Marques estreou em 19 de Janeiro de 2002 no Pequeno Auditório do Rivoli (Porto) – com Gracinda Nave, Marco Delgado ePedro Carraca, encenação de Jorge Silva Melo com a colaboração de Pedro Marques – uma produção Artistas Unidos / Culturporto
Tea Party (1964)
The Homecoming (1964)
The Basement (1966)
Landscape (1967)
Silence (1968)
Old Times (1970) estreada em 12/10/78 com tradução de Ricardo Alberty e encenação de Carlos Quevedo com Catarina Avelar, Fernando Curado Ribeiro e Graça Lobo. Espectáculo de inauguração da Sala Experimental do Teatro Nacional D. Maria II. E estreada em Lisboa em 2002 com o título Há Tanto Tempo com tradução Jorge Silva Melo, encenação de Solveig Nordlund, cenografia de Rita Lopes Alves e José Manuel Reis e interpretação de Isabel Muñoz Cardoso,Margarida Marinho e Nuno Melo, uma produção Solveig Nordlund / Artistas Unidos / Centro Cultural de Belém.
Monologue (1972) estreado na Comuna em 1996. Interpretação Victor Soares. Enc. Álvaro Correia
No Man's Land (1974)
Betrayal (1978) estreada com o título Traições em tradução de Berta Correia Ribeiro e encenação de João Vieira com Lia Gama, Mário Jacques e Filipe Ferrer (Cinema Quarteto) E em 2002, encenação de Solveig Nordlund, cenografia de Rita Lopes Alves José Manuel Reis e interpretação de Gracinda NaveMarco Delgado e Rogério Samora, uma produção Solveig Nordlund / Artistas Unidos / Centro Cultural de Belém.
Family Voices (1980)
Victoria Station (1982)
A Kind Of Alaska (1982)
One For The Road (1984) estreada com o título Um Para O Caminho em 2002, com tradução e encenação de Pedro Marques, cenografia de Rita Lopes AlvesJosé Manuel Reis e interpretação de Joana Bárcia, João Dourado Santos, José Airosa Jorge Silva Melo. 
Mountain Language (1988)
The New World Order (1991) estreada na Comuna em 1996. Interpretação de Álvaro Correia, Alfredo Brissos e Victor Soares.
Party Time (1991)
Moonlight (1993)
Ashes To Ashes (1996) estreada n´a Capital com o título Cinza às Cinzas em tradução de Paulo Eduardo Carvalho e interpretação de Rosa Quiroga e João Cardoso (uma produção Assédio / AU / Rivoli)
Celebration (1999)
Remembrance Of Things Past (2000)
Sketches:
The Black and White (1959) estreado em Julho de 2001 pelo grupo Cão Solteiro (enc.: Nuno Carinhas) integrado no espectáculo Problemas.
Trouble in the Works (1959) estreado em Julho de 2001 pelo grupo Cão Solteiro (enc.: Nuno Carinhas) integrado no espectáculo Problemas.
Last to Go (1959) estreado em Julho de 2001 pelo grupo Cão Solteiro (enc.: Nuno Carinhas) integrado no espectáculo Problemas.
Request Stop (1959)
Special Offer (1959)
That's Your Trouble (1959)
That's All (1959) estreado em Julho de 2001 pelo grupo Cão Solteiro (enc.: Nuno Carinhas) integrado no espectáculo Problemas.
Interview (1959)
Applicant (1959)
Dialogue Three (1959)
Night (1969)
Precisely (1983) estreado na Comuna em 1996. Interpretação de Álvaro Correia e Alfredo Brissos. Encenação de Álvaro Correia
Press Conference (2002) estreado no National Theatre em Londres em 8 de Fevereiro 2002 pelo próprio Harold Pinter e lido por Joana Bárcia e Jorge Silva Melo na mesma noite no Teatro Paulo Claro em tradução de Pedro Marques e com o título Conferência de Imprensa. E esteve na origem do espectáculoConferência de Imprensa e Outras Aldrabices.
Filmes a partir das suas peças:
The Caretaker (1962) realização de Clive Donner;
The Birthday Party (1967) realização de William Friedkin; The Homecoming (1969), realização de Peter Hall., Betrayal (1981) realização de David Jones. É autor de vários argumentos para o cinema, entre os quais de The Pumpkin Eater (1963) realização de Jack Clayton;
The Servant (1963) realização de Joseph Losey ;
The Quiller Memorandum (1965) realização de Michael Anderson,
Accident realização de Joseph Losey (1966);
The Go-Between Accident realização de Joseph Losey
A La Recherche Du Temps Perdu (1972) para Joseph Losey (não filmado e adaptado ao teatro em 2000)
The Last Tycoon (1974) realização de Elia Kazan;
The French Lieutenant's Woman realização de Karel Reisz (1980);
The Comfort Of Strangers (1989) realização de Paul Schrader.
Encenou muitas das suas peças: The Collection (com Peter Hall) (1962);
The Lover The Dwarfs (1963);
The Birthday Party (1964);
Hothouse (1980);
Party Time 
e Mountain Language (1991);
The New World Order (1991);
Landscape (1994);
Ashes To Ashes (1996);
Celebration e The Room (2000);
No Man´s Land (2001);
Encenou peças de James Joyce (Exiles ), Simon Gray (ButleyOtherwise EngagedThe Rear ColumnClose Of PlayQuartermaine's TermsThe Common Pursuit, Life SupportThe Late Middle Classes, The Old Masters), Robert Shaw (The Man In The Glass Booth); William Archibald (The Innocents); Noel Coward (Blithe Spirit); Robert East (Incident At Tulse Hill); Jean Giraudoux (The Trojan War Will Not Take Place); Tennessee Williams (Sweet Bird Of Youth); David Mamet (Oleanna); Ronald Harwood (Taking Sides); Reginald Rose (Twelve Angry Men).
Realizou, para televisão, vários textos de Simon Gray. Do mesmo autor realizou Butley.
Noutros Editores:Teatro Completo de Harold Pinter I (contém os textos: O Quarto/ Feliz Aniversário/ O Serviço/ O Encarregado/ A Colecção/ O Amante/ O Regresso a Casa) (Relógio d’Água)
Teatro Completo de Harold Pinter II (contém os textos: Paisagem/ Há Tanto Tempo/ Monólogo/ Terra de Ninguém/ Traições/ Victoria Station/ Um Para o Caminho/ Língua da Montanha/ A Nova Ordem Mundial/ Cinza às Cinzas/ Comemoração/ Cinco Sketches (A Black and Whit/ É Só Isso/ Candidato/ Noite/ Conferência de Imprensa) (Relógio d’Água)
Guerra (Edições Quasi)
Várias Vozes (Edições Quasi)
Os anões e outras peças (contém também os textos: Uma Ligeira Dor/ Uma Noite Fora/ Os Anões/ Escola Nocturna/ Chá/ A Cave) (Edições Quasi)
Os Anões (Romance)(Dom Quixote)
Nas Revistas Artistas Unidos:
Dossier: Harold Pinter (Revista nº 7) (contém os artigos):
Discursos, entrevista e depoimentos de Harold Pinter;
O que os actores dizem sobre representar Pinter;
À conversa sobre os problemas que nos põe o teatro de Harold Pinter;
O Exame;
Conferência de Imprensa.
Câmara Ardente (Revista nº 8)
O fenómeno de ruminação da linguagem em Jean-Luc Lagarce, Samuel Beckett e Harold Pinter - por David Bradby (Revista nº 20)
Nos Artistas Unidos:
2001 - O SERVIÇO um trabalho de João Saboga e Vítor Correia (A Capital Teatro Paulo Claro).
2002 - O AMANTE encenação de Jorge Silva Melo (A Capital Teatro Paulo Claro); UM PARA O CAMINHO encenação de Pedro Marques (A Capital Teatro Paulo Claro); CINZA ÀS CINZAS encenação de Rosa Quiroga e João Cardoso (A Capital Teatro Paulo Claro); TRAIÇÕES encenação de Solveig Nordlund(CCB); HÁ TANTO TEMPO encenação de Solveig Nordlund (CCB / CAM – Acarte); A COLECÇÃO encenação de Artur Ramos (CCB); O ENCARREGADOencenação de João Meireles (Culturgest)
2003 - VICTORIA STATION um trabalho de Rogério Vieira e António Simão (Teatro Taborda).
2005 - CONFERÊNCIA DE IMPRENSA E OUTRAS ALDRABICES de Harold Pinter, Antonio TarantinoArne SierensAntonio OnettiDavide EniaDuncan McLeanEnda WalshFinn IunkerIrmãos PresniakovJon FosseJosé Maria Vieira MendesJorge Silva MeloJuan MayorgaLetizia RussoMarcos Barbosa,Miguel Castro CaldasSpiro Scimone, uma canção de Boris Vian e outros ainda. A NOVA ORDEM MUNDIAL de Harold Pinter (Teatro Taborda).
2010 - COMEMORAÇÃO de Harold Pinter, encenação de Jorge Silva Melo (CCB); O QUARTO de de Harold Pinter, encenação de Jorge Silva Melo (Teatro Municipal de Almada).
2012 - FELIZ ANIVERSÁRIO de Harold Pinter, encenação Jorge Silva Melo (Teatro da Politécnica).

http://www.artistasunidos.pt/publicacoes/306-harold-pinter-

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Jon Fosse - A NOITE CANTA OS SEUS CANTOS

A NOITE CANTA OS SEUS CANTOS

A NOITE CANTA OS SEUS CANTOS

de Jon Fosse

Tradução de Pedro Fernandes e Manuel Resende
Livrinhos de Teatro nº 4, Artistas Unidos

Logo nas primeiras páginas de uma peça de Fosse o texto prendeu a minha atenção: aqui está alguém que tem uma voz extremamente pessoal, um dramaturgo especial. Tornou-se logo evidente e não havia nenhuma dúvida. Se a memória não me falha tive a mesma sensação há quarenta anos quando li uma peça do então desconhecido Harold Pinter.

Louis Muinzer

http://www.artistasunidos.pt/livrariaonline/pt/livrinhos/15-a-noite-canta-os-seus-cantos.html

sábado, 20 de outubro de 2012

Outros Tempos - Old Times, de Harold Pinter


Crônicas teatrais, releases completos de Assessorias de Imprensa culturais, muitas notícias, Artigos, matérias, entrevistas, histórias e personagens do fascinante mundo das artes cênicas!!! Este blog está aberto a tudo que receber para divulgação...


Outros Tempos - Old Times, de Harold Pinter

Tradução e Direção de Pedro Freire
Com Cristina Flores, Otto Jr, Paula Braun e Miwa Yanagizawa
Uma das mais importantes peças de Harold Pinter estreia dia 09 de maio no Teatro Augusta

Após 3 bem sucedidas temporadas no Rio de Janeiro, uma das mais importantes peças deHarold Pinter, estreia dia 09 de maio, na Sala Experimental do Teatro Augusta. Com tradução e direção dePedro Freire, o espetáculo mostra uma situação cotidiana que vai, sutilmente, se transformando em uma espécie de arena de combate entre os personagens.

O texto estreou em Londres em 1970 e, desde então, foi montado em diversos países, com diretores e atores como Luchino Visconti, Liv Ullmann, Anthony Hopkins e o próprio Pinter, que dirigiu e atuou em duas diferentes montagens. Agora o espetáculo conta comCristina Flores, Otto Jr, Paula Braun e Miwa Yanagizawa no elenco, as duas últimas alternando no papel de Kate.

Com esse espetáculo o diretor Pedro Freire pretende colocar em prática, junto com o elenco, uma investigação sobre o trabalho do ator na dramaturgia contemporânea, partindo da premissa que, nesta nova dramaturgia que se afasta do realismo, as ferramentas clássicas para o trabalho do ator não são suficientes.
“Há dez anos tenho o desejo de dirigir um texto de Harold Pinter. Não é por acaso que minha estreia como diretor teatral se dá exatamente com um texto do homem cuja obra me fez decidir me tornar um diretor de teatro. A complexidade do texto, tremenda, gera uma possibilidade infinita de interpretações, e não seria surpreendente se cada espectador saísse da sala com uma compreensão diferente do que aconteceu nesta noite, afirma o diretor.

No espetáculo, um casal aguarda a chegada de uma visita em sua casa. Anna (Cristina Flores), a hóspede, é uma antiga amiga de Kate (Paula Braun e Miwa Yanagizawa), esposa de Deeley (Otto Jr.). Quando chega, relembra a juventude que ela e Kate passaram juntas - um passado que Deeley não conhece e que o deixa curioso. Até aqui, estamos num ambiente familiar: duas pessoas que não se conhecem tentando puxar conversa. Então, algo sai dos eixos. “Você tem uma carne maravilhosa”, diz Ana, calorosamente. Deeley olha perplexo.“Sinto muito”, ela diz, sorrindo pelo ato falho. “Eu quis dizer esposa. Você tem uma esposa maravilhosa”.

A partir deste momento, qualquer pessoa reconhece rapidamente o jogo que Harold Pinter estabelece. A batalha é para estabelecer quem é mais próximo de Kate: Deeley ou Ana. A verdade começa a ficar cada vez mais inatingível: talvez as duas mulheres tenham sido amantes, talvez não; Talvez Deeley e Ana tenham tido um caso no passado, talvez não; Talvez Kate e Ana sejam a mesma pessoa; talvez o marido esteja paranóico de ciúmes e toda a ação se passe em sua cabeça...

Outros Tempos é um texto elegante que surpreende pelos diálogos cruéis e engraçadíssimos, de forte caráter sexual, numa linguagem contundente e contemporânea, que vai, à medida que a peça avança, se afastando cada vez mais do realismo. Um jogo onde a verdade não importa: o vencedor será aquele que conseguir impor melhor a sua versão dos fatos.


Outros Tempos
Teatro Augusta
Sala Experimental (50 lugares)
Rua Augusta, 943
Informações: 3151.4141
Bilheteria: de quarta a sábado, das 14h às 21h. Domingo das 14h às 19h. Aceita os cartões Visa e Master, débito e crédito. Não aceita cheque.
Ingresso Rápido: 4003.1212 – www.ingressorapido.com.br
Quartas e Quintas às 21h
Ingressos: R$ 30
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos
Gênero: Drama
Curta Temporada: de 09 de maio até 28 de junho
Ficha Técnica:
Texto: Harold Pinter
Tradução e direção: Pedro Freire
Elenco: Cristina Flores, Otto Jr, Paula Braun e Miwa Yanagizawa
Iluminação: Paulo César Medeiros
Cenografia e Figurino: Domingos de Alcantara
Produção local SP:Gerardo Franco
Administração: Tathiana Mourão
Produção Executiva: Gabriel Bortolini
Coordenação de Produção: Bianca De Felippes
Realização: Jurubeba Produções e Gávea Filmes
“Versão irretocável para um texto instigante”
Lionel Fischer
“A melhor peça de um mestre da dramaturgia”
The New York Times
QUEM É QUEM:
Harold Pinter – autor
Nascido em 1930 em Londres, falecido em 2008. Foi dramaturgo, diretor, ator, poeta e ativista político. Considerado um dos mais importantes escritores e dramaturgos do século XX, foi autor de 29 peças teatrais, 21 roteiros de cinema e diretor de diversos espetáculos, incluindo ‘Outros Tempos’ (Old Times). Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 2005, acumulou também prêmios como o Moliére, pelo conjunto da obra, Prêmio Laurence Olivier, Royal Society of Literature e títulos honoris causa de 18 distintas universidades.

http://www.botecododramaturgo.net/2012/05/outros-tempos-old-times-de-harold.html

Ilusionismo Quadrilátero

ILUSIONISMO
.

* Victor Nogueira .
.
Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
.
Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
.
P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
.
1991.08.11 - SETUBAL