Tempo em Setúbal

domingo, 24 de outubro de 2010

A noite e o riso - Nuno de Bragança

 

Nuno Bragança

Revisão do Livro

   por:AnaFraga    
Autor : Nuno Bragança


Nuno Bragança - Escritor Português
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Rasgou a noite com um riso (A Noite e o Riso - romance 1969) numa experiência surrealista consegue, finalmente e já em adulto, num acto libertino devaneio em experiência de boémia, romper as linhas cortantes do sangue que tantos escritos queimaram. Finalmente despe o fato de marinheiro que lhe trajaram em criança e pendura-o no armário do quarto escuro da sua floresta.
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O romance denuncia a alma que se procura e se encontra em letras.
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Opõe-se ao Estado Novo num escrito em mala diplomática e prevê o que não se fez em gentes de hoje. (Directa - romance 1977).
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Mais um encontro nas suas viagens onde naufraga no caminhar deambular e se acha nas páginas desenhadas. (Square Tolstoi - romance 1981).
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A sua verdade desnudada em contos numa paragem que o liberta (Estação - contos 1984).
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Fez da vida a sua escrita percorrendo florestas negras encontrando o equilíbrio na euforia do saber caminhar em desequilíbrio.
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Quem com ele partilhou o ar solta (Do Fim do Mundo - novela 1990) no fim de uma viagem nesta vida, fica em nós a sua procura.
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Transcrevo - Nuno Bragança - A Noite e o Riso:
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"Estou sentado num dancing e tenho a mão ainda em volta de uma bebida de pressão de ar.
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Às vezes, acontece num sítio destes e em hora assim que o pecado original se derreteu num shaker, acabando-se a mortalidade infantil e a Polícia. Sinto essa harmonia. Por cima dos ombros cansados, como um xaile de leveza dum suspiro de gato. Pelas luzes das mesas e fumo nos olhos trotam as mais certeiras notas de piano.
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Ando a treinar-me para conspirador, e até deixei um Sancho no bengaleiro. Permitam-me, porém: que arregace outro género de mangas e talvez a minha noite não morra sem uma pitada de seriedade." 
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Publicado em: abril 12, 2007
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.http://pt.shvoong.com/books/504266-nuno-bragan%C3%A7a/
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12.2.09


Nuno Bragança










Morreu com 56 anos, faria hoje 80, mas é-me absolutamente impossível imaginá-lo com tal idade porque o «fixei» na casa dos trinta. De uma colheita anterior à minha, foi sempre reconhecido por todos como de vintage absolutamente excepcional, mesmo antes, bem antes, de A Noite e o Riso por aí aparecer com estrondo.

Errando pelos mesmos meios oposicionistas, os destinos juntaram-nos também em casa de amigos comuns, onde passámos longas semanas de férias, (castamente) separados por uma cortina de chita – nos tais anos sessenta que foram de facto loucos, em plena Serra da Arrábida, sem electricidade e quando um gira-discos a pilhas, vindo da América, fez figura do mais sofisticado robot. Um pouco mais tarde, viria a acampar, no sentido estrito da palavra, no minúsculo apartamento em que o Nuno viveu vários anos em Paris. Confirmo que saía de casa por volta das cinco da manhã para escrever algumas horas antes de iniciar mais um dia de trabalho.

Hoje todos citarão o escritor e muitos recordarão o excelente filme U Omãi Qe Dava Pulus, de João Pinto Nogueira. Prefiro registar o católico resistente, boémio e espartano, fundador de O Tempo e o Modo, membro do MAR (Movimento de Acção Revolucionária), colaborador das Brigadas Revolucionárias, o conspirador por feitio e por excelência - neste caso não tanto A Noite e o Riso, antes Directa e Square Tolstoi.





(Assinatura do Nuno para os amigos)
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Nuno Bragança - Obra Completa (2009)

Autor
Editora
Sinopse
Um autor e uma obra decisivos para a modernidade literária portuguesa.
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Quando se assinalam 80 anos do seu nascimento (12 de Fevereiro de 1929), a Dom Quixote, editora dos livros de Nuno Bragança desde 1995, considerou ser de grande importância reunir toda a ficção deste autor num único volume, dando-lhe o corpus necessário de forma a não deixar cair no esquecimento a obra de um dos principais escritores portugueses do século XX.
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Para além dos romances A Noite e o Riso, Directa e Square Tolstoi, publica-se ainda a recolha de contos a que o autor deu o nome de Estação, a novela póstuma Do Fim do Mundo, e a peça de teatro radiofónico, A Morte da Perdiz, até agora inédita em livro.
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O seu romance A Noite e o Riso (1969) é considerado uma obra decisiva para a modernidade literária portuguesa, um texto que alia a experiência surrealista a certas do «nouveau roman» francês.
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Segundo Manuel Gusmão dizia (Público, Ypsilon, 5/12/2008), Nuno Bragança é «um dos grandes narradores da segunda metade do século na Europa».


Read more: http://www.portaldaliteratura.com/livros.php?livro=4506#ixzz13E3EFuIt
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Sem comentários:

Ilusionismo Quadrilátero

ILUSIONISMO
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* Victor Nogueira .
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Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
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Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
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P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
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1991.08.11 - SETUBAL