Tempo em Setúbal

sábado, 17 de dezembro de 2011

"Lisboa que amanhece" - Sergio Godinho com Caetano Veloso


,
 Enviado por em 20/11/2010
***Dedicated to Maria***
"Lisboa que amanhece" - Sergio Godinho com Caetano Veloso - 2003 "O irmão do meio ".
.
.
Writer: GODINHO, SERGIO DE BARROS 

Cansados vo os corpos para casa
Dos ritmos imitados de outra dana
A noite finge ser
Ainda uma criana
De olhos na lua
Com a sua
Cegueira da razo e do desejo

A noite cega e as sombras de Lisboa
So da cidade branca a escura face
Lisboa me solteira
Amou como se fosse
A mais indefesa
Princesa
Que as trevas algum dia coroaram

No sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento enfim parou
J mal o vejo
Por sobre o Tejo
E j tudo pode ser tudo aquilo que parece
Na Lisboa que amanhece

O Tejo que reflecte o dia solta
noite prisioneiro dos olhares
Ao cais dos miradouros
Vo chegando dos bares
Os navegantes
Amantes
Das teias que o amor e o fumo tecem

E o Necas que julgou que era cantora
Que as ddivas da noite so eternas
Mal chega a madrugada
Tem que rapar as pernas
Para que o dia no traia
Dietrichs que no foram nem Marlenes

No sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento enfim parou
J mal o vejo
Por sobre o Tejo
E j tudo pode ser tudo aquilo que parece
Na Lisboa que amanhece

Em sonhos, sabido, no se morre
Alis essa a nica vantagem
De, aps o vo trabalho
O povo ir de viagem
Ao sono fundo
Fecundo
Em glrias e terrores e venturas

E ai de quem acorda estremunhado
Espreitando pela fresta a ver se dia
A esse as ansiedades
Ditam sentenas friamente ao ouvido 
Rudo que a noite, a seu costume, transfigura

No sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento enfim parou
J mal o vejo
Por sobre o Tejo
E j tudo pode ser tudo aquilo que parece-acapo
.
.

Sem comentários:

Ilusionismo Quadrilátero

ILUSIONISMO
.

* Victor Nogueira .
.
Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
.
Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
.
P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
.
1991.08.11 - SETUBAL