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andredias0 | 7 de Janeiro de 2010 | 1 utilizadores que gostaram deste vídeo, 0 utilizadores que não gostaram deste vídeo
Uma adptação da turma TVO 08 e DO 07 da Escola Profissional Val do Rio, da peça Felizmente há luar de Sttau Monteiro num contexto futurista. Este excerto teve a participação de alunos da turma TVO 08 na parte de realização do filme e na parte da decoração foi dividido entre as duas turmas.
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inskenegTAG | 9 de Outubro de 2009 | 1 utilizadores que gostaram deste vídeo, 0 utilizadores que não gostaram deste vídeo
O grupo de Teatro de Amadores de Gondomar irá levar a cena, em breve a obra "felizmente há luar!", de Luis Stau Monteiro. Mais informações em www.inskene.org
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inskenegTAG | 10 de Setembro de 2010 | 2 utilizadores que gostaram deste vídeo, 0 utilizadores que não gostaram deste vídeo
felizmente há luar! voltará a cena em 2011 para o publico em geral, bem como para as Escolas e grupos.
Garanta já o seu bilhete através do email inskene@gmail.com.
Mais informações estarão disponíveis em www.inskene.org.
(As imagens contidas neste vídeo têm direitos de autor e não podem ser usadas sem autorização da in skené. Fotografia: Rosa Martins)
Garanta já o seu bilhete através do email inskene@gmail.com.
Mais informações estarão disponíveis em www.inskene.org.
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Felizmente Há Luar!
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Felizmente Há Luar! | |
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Capa do livro. | |
Autor | Luís de Sttau Monteiro |
Idioma | português |
País | Portugal |
Assunto | Repressão e Censura |
Gênero | Dramático |
Linha de tempo da história | 1817 |
Espaço onde decorre a história | Lisboa |
Editora | Areal Editores |
Lançamento | 1961 |
Páginas | 140 |
ISBN | 978-972-627-744-6 |
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Felizmente há luar! é uma obra literária, drama narrativo de carácter épico, publicada em 1961 pelo dramaturgo Luís de Sttau Monteiro e adaptada para teatro pelo próprio autor.
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Após a publicação de Angústia para o Jantar, esta peça celebrizou Sttau Monteiro no teatro português, sendo bem recebida pela crítica da época e tornando o autor um dos mais importantes dramaturgos contemporâneos europeus.
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A história relatada na obra é baseada na frustrada tentativa de uma revolta liberal no ano de 1817, cujo alegado (mas nunca confirmado) líder seria Gomes Freire de Andrade. Recriada em dois actos, a sequência de factos históricos ocorridos em Outubro desse mesmo ano, que conduziu ao cárcere e ao enforcamento de Gomes Freire de Andrade, no forte de São Julião da Barra, acto este levado a cabo pelo regime do marechal Beresford e apoiado firmemente pela Igreja.
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Vigoroso apelo ético, inserido numa forma de dissertação do autor sobre a repressão política injusta e perseguições de que os cidadãos do Portugal da década de 1960 sofriam, a peça era legivelmente uma oposição política ao regime então em vigor e um incentivo à revolta. Denominada pelo próprio autor «apoteose trágica», foi censurada posteriormente à sua publicação e proibida até 1974.
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A obra, publicada em 1961, foi aclamada pela crítica e levou o autor a consagrar-se como dramaturgo ao receber o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores.
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Todavia foi censurada pelo Estado. Em 1962 o autor tentou encenar a peça no Teatro Experimental do Porto, mas não conseguiu sucesso junto das autoridades. A sua primeira encenação aconteceu em Paris, em 1969, e só em 1978 foi a palco em Portugal, no Teatro Nacional. Em 2001, a peça foi encenada pela primeira vez no Teatro Experimental do Porto, uma vez que a primeira tentativa falhou.
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Actualmente (2006-2010) encontra-se em cena no Teatro Cinearte, em Lisboa interpretado pela Companhia de Teatro A Barraca, numa encenação de Hélder Costa, com Maria do Céu Guerra, Jorge Gomes Ribeiro, Luis Thomar, Adérito Lopes, Pedro Borges, Rita Fernandes, Sérgio Moras, Sérgio Moura Afonso e Susana Costa. Este elenco esteve presente, com este espectáculo, como convidado especial, na III Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo, realizada no Centro Cultural de São Paulo, no Brasil, em Maio, de 2008.
Índice |
Análise da obra
Tempo
- Tempo histórico: século XIX;
- Tempo da escrita: 1961, época marcada pelo conflito entre o regime salazarista e a oposição;
- Tempo da acção dramática: a acção ocorre durante 2 dias;
Espaço
- Espaço físico: a acção desenrola-se em vários locais, tanto exteriores como interiores, mas estes sem indicações cénicas;
- Espaço social: os diferentes espaços sociais são distinguidos através da linguagem das personagens e do seu vestuário;
Ver também
Bibliografia
- Sttau Monteiro. Felizmente Há Luar!. [S.l.]: Areal Editores, 2009.
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Esta página foi modificada pela última vez às 18h48min de 28 de novembro de 2010.
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Textos de Apoio
III Paralelismo
VI A linguagem
VII A didascália
I Carácter épico da peça /Distanciação histórica (técnica realista; influência de Brecht)
Felizmente Há Luar! é um drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios do teatro épico. Na linha do teatro de Brecht, exprime a revolta contra o poder e a convicção de que é necessário mostrar o mundo e o homem em constante devir. Defende as capacidades do homem que tem o direito e o dever de transformar o mundo em que vive. Por isso, oferece-nos uma análise crítica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a representar, para levar o espectador a reagir criticamente e a tomar posição.
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O teatro é encarado como uma forma de análise das transformações sociais que ocorrem ao longo dos tempos e, simultaneamente, como um elemento de construção da sociedade. A ruptura com a concepção tradicional da essência do teatro é evidente: o drama já não se destina a criar o terror e a piedade, isto é, já não é a função catártica, purificadora, realizada através das emoções, que está em causa, pela identificação do espectador com o herói da peça, mas a capacidade crítica e analítica de quem observa. Brecht pretendia substituir “sentir” por “pensar”.
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Observando Felizmente Há Luar! verificamos que são estes também os objectivos de Sttau Monteiro, que evoca situações e personagens do passado (movimento liberal oitocentista em Portugal), usando-as como pretexto para falar do presente (ditadura nos anos 60 do século XX) e assim pôr em evidência a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a traição, a injustiça e todas as formas de perseguição.
II "Trágica apoteose" da história do movimento liberal oitocentista
Felizmente Há Luar! é uma “trágica apoteose” da história do movimento liberal oitocentista, interpretando as condições da sociedade portuguesa no início do século XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas, contra o poder absolutista e tirânico dos governadores e do generalíssimo Beresford. Como afirma Luciana Stegagno Picchio, é retratada a conspiração, encabeçada por Gomes Freire de Andrade, que se manifestava contrária à presença inglesa (“Manuel – Vê-se a gente livre dos Franceses e zás!, cai na mão dos Ingleses!”), na pessoa de Beresford, e à ausência da corte no Brasil. Coloca-se em destaque ao longo de toda a peça a situação do povo oprimido, as Invasões Francesas, a “protecção” britânica, iniciada após a retirada do rei D. João VI para o Brasil, e a falta de perspectivas para o futuro.
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Para que o movimento liberal se concretize, é necessária a morte de Gomes Freire, dos seus companheiros e também de muitos outros portugueses, que em nome dos seus ideais são sacrificados pela pátria. Conspiradores e traidores para o poder e para as classes dominantes, que sentem os seus privilégios ameaçados, são os grandes heróis de que o povo necessita para reclamar a justiça. Por isso, as suas mortes, em vez de amedrontar, tornam-se num estímulo. A fogueira acesa na noite para queimar Gomes Freire, que os governadores querem que seja dissuasora, torna-se na luz para que os oprimidos e injustiçados lutem pela liberdade. Na altura da execução, as últimas palavras de Matilde, “companheira de todas as horas” do general Gomes Freire, são de coragem e estímulo para que o Povo se revolte contra a tirania dos governantes: (“Matilde – Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina! / Até a noite foi feita para que a vísseis até ao fim…/ (Pausa) Felizmente – felizmente há luar!”).
. III Paralelismo passado/condições históricas dos anos 60: denúncia da violência
Felizmente Há Luar! tem como cenário o ambiente político dos inícios do século XIX: em 1817, uma conspiração, encabeçada por Gomes Freire de Andrade, que pretendia o regresso do Brasil do rei D. João VI e que se manifestava contrária à presença inglesa, foi descoberta e reprimida com muita severidade: os conspiradores, acusados de traição à pátria, foram queimados publicamente e Lisboa foi convidada a assistir.
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Luís de Sttau Monteiro marca uma posição, pelo conteúdo fortemente ideológico, e denuncia a opressão vivida na época em que escreve a obra, em 1961, precisamente sob a ditadura de Salazar.
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O recurso à distanciação histórica e à descrição das injustiças praticadas no século XIX em que decorre a acção permitiu-lhe, assim, colocar também em destaque as injustiças do seu tempo e a necessidade de lutar pela liberdade.
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Em Felizmente Há Luar! percebe-se, facilmente, que a História serve de pretexto para uma reflexão sobre os anos 60, do século XX. Sttau Monteiro, também ele perseguido pela PIDE, denuncia assim a situação portuguesa, durante o regime de Salazar, interpretando as condições históricas que mais tarde contribuíram para a Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1974. Tal como a conspiração de 1817, em vez de desaparecer com medo dos opressores permitiu o triunfo do liberalismo, também a oposição ao regime vigente nos anos 60, em vez de ceder perante a ameaça e a mordaça, resistiu e levou à implantação da democracia.
Tempo da História (século XIX – 1817) - agitação social que levou à revolta liberal de 1820 – conspirações internas; - revolta contra a presença da Corte no Brasil e influência do exército britânico - regime absolutista e tirânico - classes sociais fortemente hierarquizadas - classes dominantes com medo de perder privilégios - povo oprimido e resignado - a “miséria, o medo e a ignorância” - obscurantismo, mas “felizmente há luar” - luta contra a opressão do regime absolutista - Manuel, “o mais consciente dos populares”, denuncia a opressão e a miséria - perseguições dos agentes de Bereford - as denúncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento que , hipócritas, e sem escrúpulo denunciam - censura à imprensa - severa repressão dos conspiradores - processos sumários e pena de morte - execução do General Gomes Freire Tempo da escrita (século XX – 1961) - agitação social dos anos 60 – conspirações internas; principal irrupção da guerra colonial - regime ditatorial de Salazar - maior desigualdade entre abastados e pobres - classes exploradas, com reforço do seu poder - povo reprimido e explorado - miséria, medo e analfabetismo - obscurantismo, mas crença nas mudanças - luta contra o regime totalitário e ditatorial absolutista - agitação social e política com militares populares”, denuncia a opressão e a miséria - Perseguições da PIDE - denúncias dos chamados “bufos”, que surgem na sombra e se disfarçam, para colher informações e denunciar - censura - prisão e duras medidas de repressão e de tortura - condenação em processos sem provas |
1. A saia verde
" A felicidade – a prenda comprada em Paris (terra da liberdade), no Inverno, com o dinheiro da venda de duas medalhas;
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" Ao escolher aquela saia para esperar o companheiro após a morte, destaca a “alegria” do reencontro (“agora que acabaram as batalhas, vem apertar-me contra o peito”).
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" A saia é uma peça eminentemente feminina e o verde está habitualmente conotado com tranquilidade e esperança, traduzindo uma sensação de repouso, envolvente e refrescante.
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2. O título/a luz/a noite/o luar
O título é duas vezes mencionado ao longo da peça, inserido nas falas das personagens:
I. D. Miguel salienta o efeito dissuasor que aquelas execuções poderão exercer sobre todos os que discutem as ordens dos governadores: “Lisboa há-de cheirar toda a noite a carne assada. (…) Sempre que pensarem em discutir as nossas ordens, lembrar-se-ão do cheiro…”
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Logo de seguida afirma: «É verdade que a execução se prolongará pela noite, mas felizmente há luar…» - esta primeira referência ao título da peça, colocada na fala do governador, está relacionada com o desejo expresso de garantir a eficácia desta execução pública: a noite é mais assustadora, as chamas seriam visíveis de vários pontos da cidade e o luar atrairia as pessoas à rua para assistirem ao castigo, que se pretendia exemplar.
II. Na altura da execução, as últimas palavras de Matilde, “companheira de todas as horas” do general Gomes Freire de Andrade, são de coragem e estímulo para que o povo se revolte contra a tirania dos governantes: “-Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina! /Até a noite foi feita para que a vísseis até ao fim…/ (Pausa) / Felizmente – felizmente há luar!”
Na peça, nestes dois momentos em que se faz referência directa ao título, a expressão “felizmente há luar” pode indiciar duas perspectivas de análise e de posicionamento das personagens:
1. As forças das trevas, do obscurantismo, do anti-humanismo utilizam, paradoxalmente, o lume (fonte de luz e de calor) para “purificar a sociedade” (a Inquisição considerava a fogueira como fonte e forma de purificação);
2. Se a luz é redentora, o luar poderá simbolizar a caminhada da sociedade em direcção à redenção, em busca da luz e da liberdade.
Assim, dado que o luar permite que as pessoas possam sair de suas casas (ajudando a vencer o medo e a insegurança na noite da cidade), quanto maior for a assistência isso significará:
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- Para os opressores, que mais pessoas ficarão “avisadas” e o efeito dissuasor pretendido será maior;
- Para os oprimidos, que mais pessoas poderão um dia seguir essa luz e lutar pela liberdade.
3. A fogueira/o lume
Após a prisão do general, num diálogo de “tom profético” e com “voz triste” (segundo a didascália), o Antigo Soldado, afirma: “Prenderam o general…Para nós, a noite ainda ficou mais escura…”. A resposta ambígua do 1º Popular pode assumir também um carácter de profecia e de esperança: “É por pouco tempo, amigo. Espera pelo clarão das fogueiras…”. Matilde, ao afirmar que aquela fogueira de S. Julião da Barra ainda havia de “incendiar esta terra!”, mostra que a chama se mantém viva e que a liberdade há-de chegar.
. GOMES FREIRE: protagonista, embora nunca apareça é evocado através da esperança do povo, das perseguições dos governadores e da revolta da sua mulher e amigos. É acusado de ser o grão-mestre da maçonaria, estrangeirado, soldado brilhante, idolatrado pelo povo. Acredita na justiça e luta pela liberdade.
D. MIGUEL FORJAZ: primo de Gomes Freire, assustado com as transformações que não deseja, corrompido pelo poder, vingativo, frio e calculista.
PRINCIPAL SOUSA: fanático, corrompido pelo poder eclesiástico, odeia os franceses
BERESFORD: poderoso, interesseiro, calculista, trocista, sarcástico
VICENTE: sarcástico, demagogo, falso humanista, movido pelo interesse da recompensa material, hipócrita, despreza a sua origem e o seu passado.
MANUEL: denuncia a opressão a que o povo está sujeito.
MATILDE DE MELO: corajosa, exprime romanticamente o seu amor, reage violentamente perante o ódio e as injustiças, sincera, ora desanima, ora se enfurece, ora se revolta, mas luta sempre.
SOUSA FALCÃO: inseparável amigo, sofre junto de Matilde, assume as mesmas ideias que Gomes Freire, mas não teve a coragem do general.
MIGUEL FORJAZ + BERESFORD + PRINCIPAL SOUSA = perseguem, prendem e mandam executar o General e restantes conspiradores na fogueira. Para eles, a execução à noite, constituía uma forma de avisar e dissuadir os outros revoltosos, mas para MATILDE era uma luz a seguir na luta pela liberdade.
VI A linguagem em Felizmente Há Luar! é…
" Natural, viva e maleável, utilizada como marca caracterizadora e individualizadora de algumas personagens;
" Uso de frases em latim, com conotação irónica, por aparecerem aquando da condenação e da execução;
" Frases incompletas por hesitação ou interrupção;
" Marcas características do discurso oral;
" Recurso frequente à ironia e ao sarcasmo.
VII A didascália
A peça é rica em referências concretas (sarcasmo, ironia, escárnio, indiferença, galhofa, adulação, desprezo, irritação – normalmente relacionadas com os opressores; tristeza, esperança, medo, desânimo – relacionadas com as personagens oprimidas).
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As marcações são abundantes: tons de voz, movimentos, posições, cenários, gestos, vestuário, sons (o som dos tambores, o silêncio, a voz que fala antes de entrar no palco, um sino que toca a rebate, o murmúrio de vozes, o toque de uma campainha, o murmúrio da multidão) e efeitos de luz (o contraste entre a escuridão e a luz; os dois actos terminam em sombra, de acordo, aliás, com o desenlace trágico).
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De realçar que a peça termina ao som de fanfarra (“Ouve-se ao longe uma fanfarronada que vai num crescendo de intensidade até cair o pano.”) em oposição à luz (“Desaparece o clarão da fogueira.”); no entanto, a escuridão não é total, porque “felizmente há luar”.
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http://aulaportugues.no.sapo.pt/textosapoiofhl.htm
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