.Poema
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De que céu caído,
oh insólito,
imóvel solitário na onda do tempo?
És a duração,
o tempo que amadurece
num instante enorme, diáfano:
flecha no ar,
branco embelezado
e espaço já sem memória de flecha.
Dia feito de tempo e de vazio:
desabitas-me, apagas
meu nome e o que sou,
enchendo-me de ti: luz, nada.
E flutuo, já sem mim, pura existência.
Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra"
Tradução de Luis Pignatelli
Data: 2008/11/10 05:01
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http://www.citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200811100501
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