Tempo em Setúbal

sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Minha Hora - Saúl Dias

Poema

A Minha Hora
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Que horas são? O meu relógio está parado,
Há quanto tempo!...
Que pena o meu relógio estar parado
E eu não poder marcar esta hora extraordinária!
Hora em que o sonho ascende, lento, muito lento,
Hora som de violino a expirar... Hora vária,
Hora sombra alongada de convento...

Hora feita de nostalgia
Dos degredados...
Hora dos abandonados
E dos que o tédio abate sem cessar...
Hora dos que nunca tiveram alegria,
Hora dos que cismam noite e dia,
Hora dos que morrem sem amar...

Hora em que os doentes de corpo e alma,
Pedem ao Senhor para os sarar...
Hora de febre e de calma,
Hora em que morre o sol e nasce o luar...
Hora em que os pinheiros pela encosta acima,
São monges a rezar...

Hora irmã da caridade
Que dá remédio aos que o não têm...
Hora saudade...
Hora dos Pedro Sem...
Hora dos que choram por não ter vivido,
Hora dos que vivem a chorar alguém...

Hora dos que têm um sonho águia mas... ai!
Águia sem asas para voar...
Hora dos que não têm mãe nem pai
E dos que não têm um berço p'ra embalar...
Hora dos que passam por este mundo,
De olhos fechados, a sonhar...

Hora de sonhos... A minha hora
- 'Stertor's de sol, vagidos de luar -
Mas... ai! a lua lá vem agora...
- Senhora lua, minha senhora,
Mais um minuto para a minha hora,
Mais um minuto para sonhar...

Saúl Dias, in "Dispersos (Primeiros Poemas)"

Data: 2008/10/13 02:15
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http://citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200810130215
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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eu não Quero o Presente, Quero a Realidade - Alberto Caeiro

Poema

Eu não Quero o Presente, Quero a Realidade
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Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.

Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.

Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
                         como cousas.

Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.

Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.

Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.
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Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Data: 2008/09/03 08:11
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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Paisagens de Inverno - Camilo Pessanha


Camilo Pessanha (postcard, 1915)

Poema

I

Ó meu coração, torna para trás.
Onde vais a correr, desatinado?
Meus olhos incendidos que o pecado
Queimou! o sol! Volvei, noites de paz.
Vergam da neve os olmos dos caminhos.
A cinza arrefeceu sobre o brasido.
Noites da serra, o casebre transido...
Ó meus olhos, cismai como os velhinhos.
Extintas primaveras evocai-as:
_ Já vai florir o pomar das maceiras.
Hemos de enfeitar os chapéus de maias._
Sossegai, esfriai, olhos febris.
_ E hemos de ir cantar nas derradeiras
Ladainhas...Doces vozes senis..._

II

Passou o outono já, já torna o frio...
_ Outono de seu riso magoado.
llgido inverno! Oblíquo o sol, gelado...
_ O sol, e as águas límpidas do rio.
Águas claras do rio! Águas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cansado,
Para onde me levais meu vão cuidado?
Aonde vais, meu coração vazio?
Ficai, cabelos dela, flutuando,
E, debaixo das águas fugidias,
Os seus olhos abertos e cismando...
Onde ides a correr, melancolias?
_ E, refratadas, longamente ondeando,
As suas mãos translúcidas e frias...

Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'

Data: 2008/09/09 01:03
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http://citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200809120208
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terça-feira, 27 de abril de 2010

Duração - Carlos Drummod de Andrade

Poema

Duração
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  O tempo era bom? Não era
O tempo é, para sempre.
A hera da antiga era
roreja incansavelmente.

Aconteceu há mil anos?
Continua acontecendo.
Nos mais desbotados panos,
estou me lendo e relendo.

Tudo morto, na distância
que vai de alguém a si mesmo?
Vive tudo, mas sem ânsia
de estar amando e estar preso.

Pois tudo enfim se liberta
de ferros forjados no ar.
A alma sorri, já bem perto,
da raiz mesma do ser.

Carlos Drummond de Andrade, in 'As Impurezas do Branco'

Data: 2008/09/12 02:08
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.http://citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200809120208
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Liberdade - Sophia de Mello Breyner



Aqui nesta praia onde

Não há nenhum vestígio de impureza,

Aqui onde há somente

Ondas tombando ininterruptamente,

Puro espaço e lúcida unidade,

Aqui o tempo apaixonadamente

Encontra a própria liberdade.

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http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/SophiaMBreyner.htm#Liberdade

sábado, 24 de abril de 2010

Tempo - Carlos de Oliveira

Poema

Tempo
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O tempo é um velho corvo
de olhos turvos, cinzentos.
Bebe a luz destes dias só dum sorvo
como as corujas o azeite
dos lampadários bentos.

E nós sorrimos,
pássaros mortos
no fundo dum paul
dormimos.

Só lá do alto do poleiro azul
o sol doirado e verde,
o fulvo papagaio
(estou bêbedo de luz,
caio ou não caio?)
nos lembra a dor do tempo que se perde.

Carlos de Oliveira, in 'Colheita Perdida'

Data: 2008/10/08 00:03
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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Apocalipse - Fiama Hasse Pais Brandão

Poema



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Quando passa o tempo, as coisas
retornam aos elementos. E as cria-
turas. Para a transformação
final. Mas nem o fim
permanece. O cardume dos lagos
que morre embranquecido
por fim é de água. Os boquilobos
multicolores na beira das áleas
caem na terra e são terra. 

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Fiama Hasse Pais Brandão, in "Três Rostos - Ecos"

Data: 2008/10/15 00:12
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Blog O Citador
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Tempo - Miguel Torga

Poema

Tempo  
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.Tempo — definição da angústia.
Pudesse ao menos eu agrilhoar-te
Ao coração pulsátil dum poema!
Era o devir eterno em harmonia.
Mas foges das vogais, como a frescura
Da tinta com que escrevo.
Fica apenas a tua negra sombra:
— O passado,
Amargura maior, fotografada.

Tempo...
E não haver nada,
Ninguém,
Uma alma penada
Que estrangule a ampulheta duma vez!

Que realize o crime e a perfeição
De cortar aquele fio movediço
De areia
Que nenhum tecelão
É capaz de tecer na sua teia!
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Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'

Data: 2008/10/08 03:07
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http://www.citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200810080307
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terça-feira, 20 de abril de 2010

Tempo será - Manuel Bandeira



A Eternidade está longe
(Menos longe que o estirão
Que existe entre o meu desejo
E a palma da minha mão).

Um dia serei feliz?
Sim, mas não há de ser já:
A Eternidade está longe,
Brinca de tempo-será.
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(Manuel Bandeira)
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http://www.pensador.info/poemas_sobre_o_tempo/14/
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domingo, 18 de abril de 2010

O tempo vive - Fernando Echevarría

Poema

O Tempo Vive  
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.O tempo vive, quando os homens, nele,
se esquecem de si mesmos,
ficando, embora, a contemplar o estreme
reduto de estar sendo.
O tempo vive a refrescar a sede
dos animais e do vento,
quando a estrutura estremece
a dura escuridão que, desde dentro,
irrompe. E fica com o uivo agreste
espantando o seu estrondo de silêncio.

Fernando Echevarría, in "Sobre os Mortos"

Data: 2008/10/15 01:14

  http://www.citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200810150114
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sábado, 17 de abril de 2010

Os Ombros Suportam o Mundo - Carlos Drummond de Andrade



Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
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Carlos Drummond de Andrade
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.http://www.pensador.info/poemas_sobre_o_tempo/
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tempo de Poesia « António Gedeão



Todo o tempo é de poesia

Desde a névoa da manhã
à névoa do outo dia.

Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia

Todo o tempo é de poesia

Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas qua amar se consagram.

Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.

Todo o tempo é de poesia.

Desde a arrumação ao caos
à confusão da harmonia.
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http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/antonio_gedeao/tempo_poesia.html
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Dia - Octávio Paz

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.Poema

Dia
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De que céu caído,
oh insólito,
imóvel solitário na onda do tempo?
És a duração,
o tempo que amadurece
num instante enorme, diáfano:
flecha no ar,
branco embelezado
e espaço já sem memória de flecha.
Dia feito de tempo e de vazio:
desabitas-me, apagas
meu nome e o que sou,
enchendo-me de ti: luz, nada.

E flutuo, já sem mim, pura existência.

Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra"
Tradução de Luis Pignatelli

Data: 2008/11/10 05:01
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http://www.citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200811100501
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Aproveitar o Tempo - Álvaro de Campos

 

Aproveitar o Tempo
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Aproveitar o tempo!
Mas o que é o tempo, que eu o aproveite?
Aproveitar o tempo!
Nenhum dia sem linha...
O trabalho honesto e superior...
O trabalho à Virgílio, à Mílton...
Mas é tão difícil ser honesto ou superior!
É tão pouco provável ser Milton ou ser Virgílio!

Aproveitar o tempo!
Tirar da alma os bocados precisos - nem mais nem menos -
Para com eles juntar os cubos ajustados
Que fazem gravuras certas na história
(E estão certas também do lado de baixo que se não vê)...
Pôr as sensações em castelo de cartas, pobre China dos serões,
E os pensamentos em dominó, igual contra igual,
E a vontade em carambola difícil.
Imagens de jogos ou de paciências ou de passatempos -
Imagens da vida, imagens das vidas. Imagens da Vida.

Verbalismo...
Sim, verbalismo...
Aproveitar o tempo!
Não ter um minuto que o exame de consciência desconheça...
Não ter um acto indefinido nem factício...
Não ter um movimento desconforme com propósitos...
Boas maneiras da alma...
Elegância de persistir...

Aproveitar o tempo!
Meu coração está cansado como mendigo verdadeiro.
Meu cérebro está pronto como um fardo posto ao canto.
Meu canto (verbalismo!) está tal como está e é triste.
Aproveitar o tempo!
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos.
Aproveitei-os ou não?
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!

(Passageira que viajaras tantas vezes no mesmo compartimento comigo
No comboio suburbano,
Chegaste a interessar-te por mim?
Aproveitei o tempo olhando para ti?
Qual foi o ritmo do nosso sossego no comboio andante?
Qual foi o entendimento que não chegámos a ter?
Qual foi a vida que houve nisto? Que foi isto a vida?)

Aproveitar o tempo!
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!...
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E oscila, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Data: 2008/09/03 04:23
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http://www.citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200809030423
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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Hospedeiras da falida Air Comet em calendário de nus para reinvindicarem salários

 

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E por falar em hospedeiras, nenhumas são mais célebres mundialmente esta semana que as da companhia aérea espanhola Air Comet, que entrou em falência em Dezembro: com oito ou nove meses de salário em atraso, decidiram usar um método da Ryanair - embora esta com outros fins solidários - e algumas posaram nuas para um calendário que pretende chamar a atenção para a sua situação. E também dar algum lucro, já que foram feitos 1500 calendários à venda por €15 cada. "É uma reivindicação dos direitos que nos correspondem", disse à Reuters a hospedeira Adriana Ricardo, que entra no calendário. "Devem-nos oito ou nove meses de salários, dependendo dos casos", sublinhou.

Segundo o site da tv espanhola Antena 3, onde um grupo das hospedeiras participou num programa (vídeo abaixo), pode adquirir-se o calendário via o mail act.azafatas@gmail.com (o êxito do calendário deverá decerto levar a novas edições...).
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quarta-feira, 31 de março de 2010

Desnudas ante Díaz Ferrán - El Mundo, es - link (aqui)

La imagen del mes de julio. | Augusto Robert


  • Trabajadoras de Air Comet posan para exigir al empresario que les pague
  • El presidente de la CEOE adeuda a algunos empleados hasta nueve nóminas

Actualizado martes 30/03/2010 15:30


Jose A. Navas
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Madrid.- Los trabajadores de Air Comet, la aerolínea del presidente de la patronal Gerardo Díaz Ferrán que cerró en diciembre, no están dispuestos a que su situación se quede en el olvido. Llevan meses sin poder trabajar y a algunos se les adeuda aún ocho o, incluso, nueve nóminas
..
La última iniciativa para que los medios de comunicación sigan hablando de su situación ha sido la publicación de un calendario en el que posan 10 tripulantes de cabina entre los más de 600 empleados de la compañía.
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"Lo hemos hecho para reivindicar nuestros derechos y el dinero que nos debe Gerardo Díaz Ferrán, su socio Gerardo Pascual y el consejero delegado de la compañía, Ignacio Pascual", explica Adriana, una de las azafatas que aparecen en el calendario.
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"Lo que queremos es que nos liberen de la compañía y que Díaz Ferrán dé la cara y acabe de hacer frente a esta situación", añade. Los trabajadores denuncian que no pueden trabajar a tiempo completo en otra empresa hasta que el juez concluya el concurso de acreedores, algo que ocurrirá previsiblemente en junio.
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"En mi caso aún no he podido ni cobrar el paro. Mientras que Díaz Ferrán ha logrado que Caja Madrid le ampliara un crédito pero sabemos que no lo ha utilizado para hacer frente a las deudas de la compañía", se lamenta la tripulante de cabina.
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La financiación para el calendario les vino de la empresa 'The Jet Society', que lo hizo de manera desinteresada, y las imágenes están realizadas por el fotógrafo Augusto Robert. El calendario se puede solicitar en la dirección de correo electrónico act.azafatas@gmail.com.
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Fotografías Azafatas Air Comet desnudas

Escrito por admin el Miércoles, 31 Marzo 2010 

Fotografías Azafatas Air Comet desnudas
Fotografías Azafatas Air Comet desnudas en un calendario para recaudar fondos ante la desfachatez de su propietario Díaz Ferrán que lleva 10 meses sin pagar las nominas.
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El calendario benéfico de Azafatas Air Comet desnudas, cuyas imágenes fueron tomadas por Augusto Robert, se puede comprar a través del correo electrónico act.azafatas@gmail.com

Fotografías Azafatas Air Comet desnudas
Fotografías Azafatas Air Comet desnudas
Fotografías Azafatas Air Comet desnudas
Fotografías Azafatas Air Comet desnudas
Fotografías Azafatas Air Comet desnudas
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ILUSIONISMO
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* Victor Nogueira .
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Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
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Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
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P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
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1991.08.11 - SETUBAL