* Francisca Cunha Rêgo
Num dia igual aos outros, dois irmãos que não se viam há 15 anos reencontram-se. Num dia igual aos outros descobrem a verdade sobre o seu passado. Num dia igual aos outros, fechados numa divisão, isolados do mundo, colam as peças do puzzle do misterioso desaparecimento do seu pai. Num dia igual aos outros uma família disfuncional procura a redenção. Num dia igual aos outros a vida muda.A peça do dramaturgo americano John Kolvenbach, pela primeira vez encenada em Portugal, sobe ao palco da sala estúdio do TNDM II pela mão do encenador/realizador Marco Martins. No papel dos dois irmãos, dois dos mais talentosos actores da sua geração Nuno Lopes e Gonçalo Waddington.
"A minha ideia, ao princípio, era pensar na maneira como se reage ao trauma. Como é que cada um destes tipos reage à mesma circunstância, e se o ponto de partida é diferente, se cada uma das suas reacções iniciais é diferente, de que maneira é que isso dá origem a vidas diferentes. A personagem como uma bola de neve, a rolar pela montanha abaixo, a acumular. A raiz da personagem é estabelecida na reacção à partida do pai, e depois cresce. E quando estão separados, fica cada um deles mais igual a si próprio", assevera John Kolvenbach numa entrevista conduzida pelo encenador Marco Martins. Num dia igual aos outros será possível as bolas de neve transformarem-se em sabão?
Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II, de Quarta a Sábado, às 21 e 45, e Domingos, às 16 e 15. Até 18 de Abril
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