Tempo em Setúbal

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Evening Star - Nelson Eddy ( O du, mein holder Abendstern)


Nelson Eddy, American baritone (1901 - 1967)

O du, mein holder Abendstern, Wolfram's aria from Tannhäuser (Richard Wagner)

German Text
Wie Todesahnung Dämm rung deckt die Lande,
umhüllt das Tal mit schwärzlichem Gewande;
der Seele, die nach jenen Höhn verlangt,
vor ihrem Flug durch Nacht und Grausen bangt.
Da scheinest du, o lieblichster der Sterne,
dein Sanftes Licht entsendest du der Ferne;
die nächt'ge Dämm rung teilt dein lieber Strahl,
und freundlich zeigst du den Weg aus dem Tal.

O du, mein holder Abendstern,
wohl grüsst' ich immer dich so gern:
vom Herzen, das sie nie verriet,
grüsse sie, wenn sie vorbei dir zieht,
wenn sie entschwebt dem Tal der Erden,
ein sel'ger Engel dort zu werden!

English Translation
Like a premonition of death, darkness covers the land,
and envelops the valley in its sombre shroud;
the soul that longs for the highest grounds,
is fearful of the darkness before it takes flight.
There you are, oh loveliest star,
your soft light you send into the distance;
your beam pierces the gloomy shroud
and you show the way out of the valley.

Oh, my gracious evening star,
I always greet you like happily:
with my heart that she never betrayed
take to her as she drifts past you,
when she soars from this earthly vale,
to transform into blessed angel!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Mariza - Chuva

ally75
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sérgio Godinho - É Terça-Feira



Carregado em 27/12/2011
Música: Sérgio Godinho - É Terça-Feira

Ilustrações: Cristina Sampaio
em "Sérgio Godinho e as 40 IIustrações"

Edição: Gabriel Macedo

Edição realizado no âmbito da cadeira de Análise do Discurso. (Projecto sobre Semiótica Social)

Tradução e Interpretação Português - Chinês / Chinês Português
Escola Superior de Educação e Ciências Sociais
Intituto Politécnico de Leiria

É terça-feira 
e a feira da ladra 
abre hoje às cinco 
de madrugada

E a rapariga 
desce a escada quatro a quatro 
vai vender mágoas 
ao desbarato 
vai vender 
juras falsas 
amargura 
ilusões 
trapos e cacos e contradições



É terça-feira 
e das cinzas talvez 
amanhã que é quarta-feira 
haja fogo outra vez 
o coração é incapaz de dizer 
"tanto faz" 
parte p´ra guerra 
com os olhos na paz



É terça-feira 
e a feira da ladra 
quase transborda 
de abarrotada



E a rapariga 
vende tudo o que trazia 
troca a tristeza 
pela alegria



E todos querem 
regateiam 
amarguras 
ilusões 
trapos e cacos e contradições



É terça-feira 
e das cinzas talvez 
amanhã que é quarta-feira 
haja fogo outra vez 
o coração 
é incapaz 
de dizer 
"tanto faz" 
parte p´ra guerra 
com os olhos na paz



É terça-feira 
e a feira da ladra 
fica enfim quieta 
e abandonada 
e a rapariga 
deixou no chão um lamento 
que se ergue e gira 
e roda com o vento 
e rodopia 
e navega 
e joga à cabra-cega 
é de nós todos 
e a ninguém se entrega



É terça-feira 
e das cinzas talvez 
amanhã que é quarta-feira 
haja fogo outra vez 
o coração 
é incapaz 
de dizer 
"tanto faz" 
parte p´ra guerra 
com os olhos na paz

sábado, 28 de setembro de 2013

Sérgio Godinho - Um Tempo que Passou

Marcelo Bulgarelli

Carregado em 02/10/2007
Musica de Sergio Godinho e Chico Buarque
Clip de Marcelo Bulgarelli com imagens de arquivo

Vou 
uma vez mais 
correr atrás 
de todo o meu tempo perdido 
quem sabe, está guardado 
num relógio escondido por quem 
nem avalia o tempo que tem

Ou 
alguém o achou 
examinou 
julgou um tempo sem sentido 
quem sabe, foi usado 
e está arrependido o ladrão 
que andou vivendo com seu quinhão

Ou dorme num arquivo 
um pedaço de vida 
a vida, a vida que eu não gozei 
eu não respirei 
eu não existia

Mas eu estava vivo 
vivo, vivo 
o tempo escorreu 
o tempo era meu 
e apenas queria 
haver de volta 
cada minuto que passou sem mim

Sim 
encontro enfim 
iguais a mim 
outras pessoas aturdidas 
as horas dessas vidas que estão 
talvez postas em grande leilão

São 
mais de um milhão 
uma legião 
um carrilhão de horas vivas 
quem sabe, dobram juntas 
as dores colectivas, quiçá 
no canto mais pungente que há

ou dançam numa torre 
as nossas sobrevidas 
vidas, vidas 
a se encantar 
a se combinar 
em vidas futuras

Enquanto o vinho corre, corre, corre 
morrem de rir 
mas morrem de rir 
naquelas alturas 
pois sabem que não volta jamais 
um tempo que passou 


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Maria Bethânia - Anos Dourados (Golden Years)








Publicado em 02/12/2012
Maria Bethânia is a well known Brazilian singer with over 30 albums released. Maria was born in Bahia (Brazil) on June 18, 1946. She moved to Salvador when she was 13 years old. She released her first single, "Carcará" at age 19.

Parece que dizes
Te amo, Maria
Na fotografia
Estamos felizes
Te ligo afobada
E deixo confissões
No gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor
Me vejo a teu lado
Te amo?
Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado
Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
E desconcertante
Rever o grande amor
Meus olhos molhados
Insanos, dezembros
Mas quando me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Joaquim do Carmo - Estrelas de Outono

Estrelas de Outono


Folhas secas e amarelas
A cair, leves, no chão,
Trazem segredos que o Verão
Contou, de ti, às estrelas
Quando, amor, no meio delas
Brilhavas e teu clarão
Lhes dava a doce ilusão
De serem flores, das mais belas!

De teu sorriso, a alegria,
De teu olhar a esperança
Que ao peito dá confiança
E à noite a luz, que nem dia
Elas me falam; mas, fria,
A aragem do vento dança
E, humedecendo a lembrança,
Lhes torna a vida sombria!

E as saudades do luar
De Agosto, nas noites claras,
Das praias que iluminaras
Com teus olhos cor de mar,
Já só lhes deixam sonhar
Que as alegrias, tão caras
E, agora, mais e mais raras,
Desse tempo hão-de voltar!

Joaquim do Carmo in "Amanhecer pelo fim da tarde", Lua De Marfim Editora, Abril de 2013
© (direitos reservados)
Foto "Trough the Water", de Ju Oliveira (Joana Do Carmo) inhttp://olhares.sapo.pt/through-the-water-foto3898210.html

Pablo Neruda- Tu És em Mim Profunda Primavera



O sabor da tua boca e a cor da tua pele,
pele, boca, fruta minha destes dias velozes,
diz-me, sempre estiveram contigo
por anos e viagens e por luas e sóis
e terra e pranto e chuva e alegria,
ou só agora, só agora
brotam das tuas raízes
como a água que à terra seca traz
germinações de mim desconhecidas
ou aos lábios do cântaro esquecido
na água chega o sabor da terra?

Não sei, não mo digas, tu não sabes.
Ninguém sabe estas coisas.
Mas, aproximando os meus sentidos todos
da luz da tua pele, desapareces,
fundes-te como o ácido
aroma dum fruto
e o calor dum caminho,
o cheiro do milho debulhado,
a madressilva da tarde pura,
os nomes da terra poeirenta,
o infinito perfume da pátria:
magnólia e matagal, sangue e farinha,
galope de cavalos,
a lua poeirenta das aldeias,
o pão recém-nascido:
ai, tudo o que há na tua pele volta à minha boca,
volta ao meu coração, volta ao meu corpo,
e volto a ser contigo a terra que tu és:
tu és em mim profunda primavera:
volto a saber em ti como germino.

 in "Os Versos do Capitão"

domingo, 22 de setembro de 2013

Natália Correia - DE AMOR NADA MAIS RESTA QUE UM OUTUBRO


De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro 
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.

Natália Correia in “Poesia Completa”

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

The Carpenters - One More Time

NedNickerson2010

I'm going way down south to Louisiana
Well, I'll just close my eyes
And everything's alright
And though I'm really far away
I'll make my get away
And no one need really
Know that I've been gone


One more time for the good times
That far out weigh the bad
One more time for the good times
When love was all we had
I'm going way down south to Baton Rouge
Well, I'll just close the door
And turn out all the lights
And all the images dance by
Of folks and friends who lie
Back home where things are slow
And easy going



One more time for the good times
That far out weigh the bad
One more time for the good times
When love was all
When love was all
When love was all we had
One more time

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Nina Simone - Here comes the sun

Here comes the sun, Little Darlin, here comes the sun I say, it's all right, it's all right
Here comes the sun, Little Darlin, here comes the sun I say, it's all right, it's all right

Little Darlin, it's been a long cold and lonely winter,
Little Darlin, it feels like years since you've been here

Here comes the sun, Little Darlin, here comes the sun I say, it's all right, it's all right
Little Darlin, the smiles have returned to the faces now,
Little Darlin, it seems like years since you've been here

It's been a long cold lonely winter,
Little Darlin it feels like years since you've been here
Here somes the sun, aren't you glad to see it, I say it's all right

Here comes the sun, Little Darlin, I say It's alright, Little Darlin
Here comes the sun, here comes the sun I say, Little Darlin,
It seems like years since you've been here
Little Darlin, here comes the sun, it's all right
You can come on out

Ilusionismo Quadrilátero

ILUSIONISMO
.

* Victor Nogueira .
.
Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
.
Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
.
P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
.
1991.08.11 - SETUBAL