Tempo em Setúbal

domingo, 8 de junho de 2008

Interrogativamente

Sexta-feira, 23 de Novembro de 2007

Fui como ervas e não me arrancaram (16) - Porque estou na Blogosfera


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* Victor Nogueira
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Como resposta alternativa aos blogs que vivem dum(a) editor(a) que se torna o centro das atenções perante o qual gravita o que eu chamo uma corte de admiradores ou aduladores, para tentar «provar» que é possível estar dum modo diferente na blogosfera ou nas salas de conversação que abandonei há muitos anos, criei «Ao Sabor do Olhar». Com ele pretendi e pretendo que a ribalta seja dos outros e que sirva para nos conhecermos e falarmos uns com os outros. Pretendi construir um blog diferente, onde me limito a gerir ou coordenar o trânsito! Se o consigo ou não, se consigo alargar os participantes «Ao Sabor do Olhar», o futuro o dirá. Depende sobretudo deles e pouco de mim.

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Com excepção de «Ao (es)correr da pena e do olhar» e do «Mu(n)do Phonographo», mais personalizados, para além do «Galeria & Photomaton» que se transformou num blog híbrido, para mim os mais importantes, para além do «Ao Sabor do Olhar», são o «D'ali e D'aqui» e o «Kant_O_XimPi»,[1] deste derivando todos os outros. Mas o Kant_O não é aquilo que eu queria e concebi, mas foi o caminho que por «incapacidade» minha tomou outro rumo para que não desaparecesse até conseguir de novo retomar o seu leme. Quanto ao «D’ali e d’aqui», não descola.

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Se me perguntarem se quero ter muitos leitores e comentadores, mentir-vos-ia se dissesse que não, no que se refere ao primeiro e aos dois últimos blogs que referi e de que sou editor. Quanto aos restantes, chega-me a reduzida afluência que a si própria se selecciona.

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Eu sei que tudo isto é virtual. Nunca me conseguiram passar rasteiras nas salas de conversação, donde resultaram amizades e trocas de telefonemas ou correspondência e alguns encontros. Mas aqui é muito fácil encenar uma peça, um personagem, um enredo. Porque a blogosfera não vive do imediatismo, da resposta pronta, do diálogo seguido. Nas salas de conversação, até confiar nas pessoas, eu era um nick. Aqui e na vida real eu sou sempre o Victor Nogueira . Conto com as vossas visitas, com as vossas (des)apreciações, com a vossa franqueza!

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Para quem me visita e vem por bem, aqui fica em reciprococidade a expressão da minha amizade ou estima, mesmo que apenas virtuais.
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Victor Manuel
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NOTA PÓSTUMA
2008.03.01
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Enganei-me e perdi, em quase toda a linha considerando os objectivos traçados, incluindo o
Kant_o_Photomático. Afinal e naturalmente a blogosfera é o espelho e o reflexo das pessoas com as virtudes e defeitos da sociedade em que estão ou em questão. Nada descobri que Lenine não tivesse já formulado a respeito dos e das agentes da Revolução.
A Blogosfera pode ser um meio, mas não é seguramente o principal. Porque na Web a acção é individual e não colectiva tal como a consciência de cada um(a) que na blogosfera participa. Quem está na Web é um privilegiado/a.
A Vida, sem ilusão,
de miséria, mau cheiro, fome, doença, violência, guerra, pensamento que se quer único e castrador, de fealdade, muitas vezes nauseabunda e da qual afastamos o olhar, essa está lá fora. Na Web reflecte-se apenas ao olhar o seu cortejo de pequenos ou grandes egoísmos, de individualismo, vaidade e lisonja quanto baste e seja necessário ou de generosidade, de efectiva solidariedade. Mas quase sempre dum modo asséptico, inodoro, silencioso, virtual quanto baste e não incomode nem estrague o sono. Porquê trazer para a Web a Vida que está lá fora, chata, stressante, não é?
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Victor Nogueira
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Em 8 de Junho de 2008 decidi re-abrir ao público o
Carpe Diem - Atrás do Tempo Tempo Vem ?
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Na encruzilhada dum novo rumo que necessariamente terei de dar-lhe, ficam por enquanto balões de oxigénio. :-)
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[1]
«Porquê Kant_O_XimPi ? »

4 comentários:

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Sem comentários:

Ilusionismo Quadrilátero

ILUSIONISMO
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* Victor Nogueira .
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Ele há um tempo p’ra tudo na vida
Cantando hora, minuto, segundo;
Por isso sempre existe uma saída
Enquanto nós estivermos neste mundo.
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Há um tempo para não fenecer
Há mar, sol, luar e aves com astros
Há uma hora p'ra amar ou morrer
E tempo para não se ficar de rastos.
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P'ra isso e' preciso sabedoria
Em busca dum bom momento, oportuno,
Com ar, bom vinho, pão e cantoria,
Sem se confundir a nuvem com Juno.
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1991.08.11 - SETUBAL